CENPA-096~25 |
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/ - ?A - « , q / ..«000000a Nós conhecemos bem a economia de Moçambique.Tive ocasião de me pronunciar sobre ela da última vez que aqui estiva,o gostaria do voltar a certos pontos para sublinhar que,a partir de então,nada de novo aconteceu capaz de justificar qualquer esperança. Soja como for,a economia das colónias portuguesas o do tipo colonial clássico* È una economia colonial tradicional,quo nao difere om nada da das outras potencias coloniais na época dos construtores de Impérios) absolutamente atrasada eu faço das concepções modernas sobro o colonialismo. Mas nao é nada daq uilo quo Portugal diz ser,Por exemplo, en Moçambique a administração - so entenderdes a administração como meio de subsistência para una certa parte da população - está,, do alto a baixo,inteiramente nas mãos dos europeus, E certo quo,a título esporádico,o possível encontrar um ou outro mulato ou pessoa de cor num dos degraus mais baixos da escala. Por simples descargo de consciência, ser.; duvidados portuguocos so:.vbom necessidade de colocar ali um representante da sua prole.P ode também haver um outsidor, um negro das ilhas do Cabo Verde,como alias podereis encontrar algurB aqui,com a delegação do Portugal,para dar a impressão do quo Portugal ó uma nação multirracial.Os portugueses podem facilmente permi- tir-sc o envio do um Cabo-Vordiano ou mosuo do um Guineense a Angola ou a Moçambique,para trabalhar num posto subalterno da administração portuguesa. Para alo;:, disto, toda a estrutura comercial o industrial de Moçambique está nas mãos dos europeus. A Terra ó directamente controlada por elos. Do cada voz quo um grupo do colonos europeus deseja ocupar um corto território,para aumentar os seus rendimentos, nao tom mais do quc dirigir uma petição ao Governo Português, ou por intermédio do Govornador-Goral, ou directamente a LIsboo., Elos obtem sempre o quo podou,o os Africanos quc eventualmente ocupem essas terras sao expulsos. Durante anos cu vi ostes factos produzi- rcm-so,e os rolatóris quo rocobo actualmente do Interior Indicam-mo quo ó osco mesmo o processo quc vigora ainda. Sc um qualquer grupo -Africanos- procura resistir aos actos do governo português,no que respeita à sua expulsão, sao brutalmente presos,espancados,o por vozes mesmo mortos,do modo a deixarem ,o terreno livre aos colonizadores ditos "civilizados".Da última voz que aquiòstlve,sr.Presidente,pudo descrever cu poruenor o processo legal utilizado, Pioconteuonto,um africano membro da polícia portuguesa, que tendo ouvido falar do desenvolvimento do nosso movimento deixou a polícia portuguesa c veio juntar-so a nós,foz-nos uma análise detalhada do quo aconteceu ultimamente no Vale do Alto Linpopo: mais do 50 pessoas foram ali mortas polo governo português porque resistiam às actividades da administração local portuguesa,quo tentava expulsá-los do uma área particularmente fértil.0 governo queria substitui-los por um grupo do colonos europous.Muitos dos agricultores africanos implicados foram espancados,presos o alguns mortos. Do tempos om tempos organizau-so nestas regiões visitas do jorna-' listas,espoeialmento jornalistas ocidentais,o aconteça con frequência que as informações quo eles trazem sao do moldo a enganar quom desconheça os factos. Sr,Presidente,gostaria do uo referir aos argumentos quc os portugueses apregoa:., polo mundo,a propósito destes projectos relativos à agricultura. 0 governo português quer dar a impressão do quc o sou programa económico roalisa a igualdade racial o quc todos os habitantes de Moçambique tom nolo igual participação, 0 quc acontece, na realidade,ó que nao somente os portugueses expulsam os nossos compatriotas para instalar colonos,mas mais ainda:obrigam-nos a trabalhar para esses mesmos colonos. Numa parte da região do Alto Linpopo,do quo vos faloi há momentos,mais de mil famílias europeias trazidas de Portugal foram instaladas,expulsando milhares do famílias africanas quo ocupavam a terra há séculos. Um projecto do irrigação
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Title | CENPA-096~25 |
Filename | CENPA-096~25.tiff |
Full text | / - ?A - « , q / ..«000000a Nós conhecemos bem a economia de Moçambique.Tive ocasião de me pronunciar sobre ela da última vez que aqui estiva,o gostaria do voltar a certos pontos para sublinhar que,a partir de então,nada de novo aconteceu capaz de justificar qualquer esperança. Soja como for,a economia das colónias portuguesas o do tipo colonial clássico* È una economia colonial tradicional,quo nao difere om nada da das outras potencias coloniais na época dos construtores de Impérios) absolutamente atrasada eu faço das concepções modernas sobro o colonialismo. Mas nao é nada daq uilo quo Portugal diz ser,Por exemplo, en Moçambique a administração - so entenderdes a administração como meio de subsistência para una certa parte da população - está,, do alto a baixo,inteiramente nas mãos dos europeus, E certo quo,a título esporádico,o possível encontrar um ou outro mulato ou pessoa de cor num dos degraus mais baixos da escala. Por simples descargo de consciência, ser.; duvidados portuguocos so:.vbom necessidade de colocar ali um representante da sua prole.P ode também haver um outsidor, um negro das ilhas do Cabo Verde,como alias podereis encontrar algurB aqui,com a delegação do Portugal,para dar a impressão do quo Portugal ó uma nação multirracial.Os portugueses podem facilmente permi- tir-sc o envio do um Cabo-Vordiano ou mosuo do um Guineense a Angola ou a Moçambique,para trabalhar num posto subalterno da administração portuguesa. Para alo;:, disto, toda a estrutura comercial o industrial de Moçambique está nas mãos dos europeus. A Terra ó directamente controlada por elos. Do cada voz quo um grupo do colonos europeus deseja ocupar um corto território,para aumentar os seus rendimentos, nao tom mais do quc dirigir uma petição ao Governo Português, ou por intermédio do Govornador-Goral, ou directamente a LIsboo., Elos obtem sempre o quo podou,o os Africanos quc eventualmente ocupem essas terras sao expulsos. Durante anos cu vi ostes factos produzi- rcm-so,e os rolatóris quo rocobo actualmente do Interior Indicam-mo quo ó osco mesmo o processo quc vigora ainda. Sc um qualquer grupo -Africanos- procura resistir aos actos do governo português,no que respeita à sua expulsão, sao brutalmente presos,espancados,o por vozes mesmo mortos,do modo a deixarem ,o terreno livre aos colonizadores ditos "civilizados".Da última voz que aquiòstlve,sr.Presidente,pudo descrever cu poruenor o processo legal utilizado, Pioconteuonto,um africano membro da polícia portuguesa, que tendo ouvido falar do desenvolvimento do nosso movimento deixou a polícia portuguesa c veio juntar-so a nós,foz-nos uma análise detalhada do quo aconteceu ultimamente no Vale do Alto Linpopo: mais do 50 pessoas foram ali mortas polo governo português porque resistiam às actividades da administração local portuguesa,quo tentava expulsá-los do uma área particularmente fértil.0 governo queria substitui-los por um grupo do colonos europous.Muitos dos agricultores africanos implicados foram espancados,presos o alguns mortos. Do tempos om tempos organizau-so nestas regiões visitas do jorna-' listas,espoeialmento jornalistas ocidentais,o aconteça con frequência que as informações quo eles trazem sao do moldo a enganar quom desconheça os factos. Sr,Presidente,gostaria do uo referir aos argumentos quc os portugueses apregoa:., polo mundo,a propósito destes projectos relativos à agricultura. 0 governo português quer dar a impressão do quc o sou programa económico roalisa a igualdade racial o quc todos os habitantes de Moçambique tom nolo igual participação, 0 quc acontece, na realidade,ó que nao somente os portugueses expulsam os nossos compatriotas para instalar colonos,mas mais ainda:obrigam-nos a trabalhar para esses mesmos colonos. Numa parte da região do Alto Linpopo,do quo vos faloi há momentos,mais de mil famílias europeias trazidas de Portugal foram instaladas,expulsando milhares do famílias africanas quo ocupavam a terra há séculos. Um projecto do irrigação |
Archival file | Volume32/CENPA-096~25.tiff |