CENPA-094~11 |
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-9- 0 governo português lançou então um ultimato à Sociedade Portuguesa dos Escritores, ordenando-lhe que anulasse a decisão do júri. A Sociedade solidarizou-se com o júri e recusou-se a obedecer. No dia seguinte a Sociedade Portuguesa dos Escritores foi extinta por despacho do governo. 0 texto do despacho d o seguintes "Considerando que a Sociedade Portuguesa de Escritores através do júri designado pelos seus corpos gerentes, atribui o grande Prémio da Novelística a um indivíduo condenado criminalmente a 14 anos de prisão maior por actividades terroristas na Província de Angola; considerando que apesar de tornadas do domínio publica a identidade e a situação do mesmo indivíduo, nem o júri revogou aquela decisão nem os corpos gerentes a repudiaram? considerandg^com efeito que tal repudio se não contém nem mesmo de forma implícita no comunicado remetido pela direcção da Sociedade a Imprensa e de que a mesma direcção me enviou enviou cópia; considerando a excepcional gravidade dos factos referidos, que, além do mais, profundamente ofendem o sentimento nacional, quando soldados portugueses tombam no Ultramar, vítimas do torrorismo de que^o premiado foi averigua- damente agente; considerando que a situação exposta d legalmente justificativa da extinção da Sociedade em referência, determino nos termos do artigo 4o. do decreto-lei no. 39 660, de 20 de Maio de 1954, a extinção da Sociedade Portuguesa de Escritores". A atitude dos escritores portugueses, atitude de corragem e isenção, e a todos os títulos digno de nota. Principalmente tendo em vista o regime de terror que existe actualmente em Portugal. Como represália, com efeito, a P.I.D.E. organizou manifestações "populares" contra os escritores, e pilhou e destruiu a sede daquela Sociedade. Alem disso, a maior parte dos jornais qualificou os membros de Sociedade de "comunistas", "inimigos de Portugal", "agentes dos Afro-Asiáticoa11. A FRELIMO saudada Sociedade Portuguesa de Estudos, através dela, e o povo português que se manifesta - desafiando o governo fascista de Salazar, solidarisando-se com os povos das colónias que lutam pela sua liberdade. Claro que dentro da ^ropria Sociedade, houve elementos que se opuseram a decisão gerei. Entre eles destaca-se Joaquim Paços d1Arcos, fascista notório e ligado a um grande número de interesses nas Colónias. Mas na corrente duma História, estes casos isolados de oportunismo e cobardia nâo contam.
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Title | CENPA-094~11 |
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Full text | -9- 0 governo português lançou então um ultimato à Sociedade Portuguesa dos Escritores, ordenando-lhe que anulasse a decisão do júri. A Sociedade solidarizou-se com o júri e recusou-se a obedecer. No dia seguinte a Sociedade Portuguesa dos Escritores foi extinta por despacho do governo. 0 texto do despacho d o seguintes "Considerando que a Sociedade Portuguesa de Escritores através do júri designado pelos seus corpos gerentes, atribui o grande Prémio da Novelística a um indivíduo condenado criminalmente a 14 anos de prisão maior por actividades terroristas na Província de Angola; considerando que apesar de tornadas do domínio publica a identidade e a situação do mesmo indivíduo, nem o júri revogou aquela decisão nem os corpos gerentes a repudiaram? considerandg^com efeito que tal repudio se não contém nem mesmo de forma implícita no comunicado remetido pela direcção da Sociedade a Imprensa e de que a mesma direcção me enviou enviou cópia; considerando a excepcional gravidade dos factos referidos, que, além do mais, profundamente ofendem o sentimento nacional, quando soldados portugueses tombam no Ultramar, vítimas do torrorismo de que^o premiado foi averigua- damente agente; considerando que a situação exposta d legalmente justificativa da extinção da Sociedade em referência, determino nos termos do artigo 4o. do decreto-lei no. 39 660, de 20 de Maio de 1954, a extinção da Sociedade Portuguesa de Escritores". A atitude dos escritores portugueses, atitude de corragem e isenção, e a todos os títulos digno de nota. Principalmente tendo em vista o regime de terror que existe actualmente em Portugal. Como represália, com efeito, a P.I.D.E. organizou manifestações "populares" contra os escritores, e pilhou e destruiu a sede daquela Sociedade. Alem disso, a maior parte dos jornais qualificou os membros de Sociedade de "comunistas", "inimigos de Portugal", "agentes dos Afro-Asiáticoa11. A FRELIMO saudada Sociedade Portuguesa de Estudos, através dela, e o povo português que se manifesta - desafiando o governo fascista de Salazar, solidarisando-se com os povos das colónias que lutam pela sua liberdade. Claro que dentro da ^ropria Sociedade, houve elementos que se opuseram a decisão gerei. Entre eles destaca-se Joaquim Paços d1Arcos, fascista notório e ligado a um grande número de interesses nas Colónias. Mas na corrente duma História, estes casos isolados de oportunismo e cobardia nâo contam. |
Archival file | Volume32/CENPA-094~11.tiff |