CENPA-091~03 |
Save page Remove page | Previous | 3 of 14 | Next |
|
small (250x250 max)
medium (500x500 max)
Large (1000x1000 max)
Extra Large
large ( > 500x500)
Full Resolution
All (PDF)
|
This page
All
|
Loading content ...
EDITORIAL A nossa luta de libertação desenvolve-se ao mesmo tempo em duas frentes distintas, Uma delas - obviamente a mais importante - e a da luta armada, no interior de Moçambique,, Neste momento o Povo moçambicano, enquadrado por militantes da FRELIMO, ataca as forças colonialis tas portuguesas estabelecidas no nosso país e enviadas de Lisboa "em missão de soberania", 0 nosso Povo^ entende que o poder soberano lhe pertence de direito a ele próprio. E isto dentro de mais estrita legalidade - pois um governo so' e válido enquanto e na medida em que representa a vontade popular. 0 governo existente em Moçambique existe contra a vontade do povo. Logo, nao tem existência legal. Longamente tentámos fazer o governo português compreender esta realidade,, mostrámos-lhe que, o facto de ter havido constantes revoltas em Moçambique durante os séculos que tem durado a dominação portuguesa prova, com caracter de evidedoncia, que o nosso povo nao aceita o regime ali estabelecido. Explicámos-lhe que qualquer forma de colonialismo d sempre moralmente condenável, na medida em.que elo implica a exploração de homems ;• proveito de outros homens. E que, quanto especificamente ao colonialismo português, o case se revestia de extrema gravidade, dado que, para tornar possível essa exploração, o governo de Portugal nao hesitava em levar a cabo no nosso país uma verdadeira acção de genocídio, destruindo fisicamente os que tentavam opor-se-lho e reivindicavam os seus direitos, e tentando destruir a nossa dignidade atrave's de formas estudadas de .repressão. Dissemos ao governo português, em suma, que era necessário ele conceder-nos a Independência - ja' por razoes de ordem moral, já por considerações de ordem juridioa : d ile gal o governo estabelecido em Moçambique. A nossa argumentação nao produziu efeito. Pelo contrario,verificámos que, depois de formularmos a nossa exigência, Portugal se apressou a reforçar a sua posição militar em Moçambique e intensificou a repressão. Como-nao sè tratava para nós de uma questão acadermica mas de um problema de importância vital, do qual dependia todo-o?destino de um povo, resolvemos conquistar aquilo que Portugal se recusava a conceder-nos. Por isso lutamos hoje em Moçambique de armas na mão. 0 outro plano em que a nossa luta se processa e o plano internacional. Aqui nds procuramos obter apoio e auxílio de outros países para a nossa luta. Grande número de países - mesmo países tradicionalmente amigos de Portugal - compreenderam já a justeza da nossa causa o sao activamente favoráveis a nossa libertação. Outros permanecem numa posição ambígua - dizem estar em concordância conosco, idealmente, mas continuam a apoiar
Object Description
Title | Boletim nacional, no. 18 (1965 Mar.) |
Description | Contents: Editorial (p. 2); Comunicado no. 12 (p. 6); Comunicado no. 13 (p. 6); Comunicado no. 14 (p. 7); Comunicado no. 15 (p. 7); A repressão em Moçambique (p. 7); Mensagem enviada pelo Presidente do PRESIDIUM do Comite Central da Frente Nacional de Libertacão do Vietnam do Sul (p. 8); Telegrama do Presidente Gamal Abdul Nasser ao representante da FRELIMO no Cairo (p. 9); Os portugueses forçados a reconhecer oficialmente a guerra em Moçambique (p. 9); A luta nas outras colonias (p. 10); A C.I.C.J. denuncia o colonialismo português (p.11). |
Subject (lcsh) |
Nationalism -- Mozambique Self-determination, National Mozambique -- History Portugal -- Politics and government -- 1933-1974 |
Geographic Subject (Country) | Mozambique |
Geographic Subject (Continent) | Africa |
Geographic Coordinates | -18.6696821,35.5273356 |
Coverage date | 1960/1965-03-29 |
Creator | Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Departamento de Informação e Propaganda |
Publisher (of the Original Version) | Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO). Departamento de Informação e Propaganda |
Place of Publication (of the Origianal Version) | 201 Nkrumah Street, Dar-Es-Salaam, U.R of Tanzania |
Publisher (of the Digital Version) | University of Southern California. Libraries |
Date issued | 1965-03 |
Type |
texts images |
Format | 13 p. |
Format (aat) | newsletters |
Language | Portuguese |
Contributing entity | University of Southern California |
Part of collection | Emerging Nationalism in Portuguese Africa, 1959-1965 |
Part of subcollection | Mozambique Collection |
Rights | The University of Southern California has licensed the rights to this material from the Aluka initiative of Ithaka Harbors, Inc., a non-profit Delaware corporation whose address is 151 East 61st Street, New York, NY 10021 |
Physical access | Original archive is at the Boeckmann Center for Iberian and Latin American Studies. Send requests to address or e-mail given. Phone (213) 821-2366; fax (213) 740-2343. |
Repository Name | USC Libraries Special Collections |
Repository Address | Doheny Memorial Library, Los Angeles, CA 90089-0189 |
Repository Email | specol@usc.edu |
Filename | CENPA-091 |
Description
Title | CENPA-091~03 |
Filename | CENPA-091~03.tiff |
Full text | EDITORIAL A nossa luta de libertação desenvolve-se ao mesmo tempo em duas frentes distintas, Uma delas - obviamente a mais importante - e a da luta armada, no interior de Moçambique,, Neste momento o Povo moçambicano, enquadrado por militantes da FRELIMO, ataca as forças colonialis tas portuguesas estabelecidas no nosso país e enviadas de Lisboa "em missão de soberania", 0 nosso Povo^ entende que o poder soberano lhe pertence de direito a ele próprio. E isto dentro de mais estrita legalidade - pois um governo so' e válido enquanto e na medida em que representa a vontade popular. 0 governo existente em Moçambique existe contra a vontade do povo. Logo, nao tem existência legal. Longamente tentámos fazer o governo português compreender esta realidade,, mostrámos-lhe que, o facto de ter havido constantes revoltas em Moçambique durante os séculos que tem durado a dominação portuguesa prova, com caracter de evidedoncia, que o nosso povo nao aceita o regime ali estabelecido. Explicámos-lhe que qualquer forma de colonialismo d sempre moralmente condenável, na medida em.que elo implica a exploração de homems ;• proveito de outros homens. E que, quanto especificamente ao colonialismo português, o case se revestia de extrema gravidade, dado que, para tornar possível essa exploração, o governo de Portugal nao hesitava em levar a cabo no nosso país uma verdadeira acção de genocídio, destruindo fisicamente os que tentavam opor-se-lho e reivindicavam os seus direitos, e tentando destruir a nossa dignidade atrave's de formas estudadas de .repressão. Dissemos ao governo português, em suma, que era necessário ele conceder-nos a Independência - ja' por razoes de ordem moral, já por considerações de ordem juridioa : d ile gal o governo estabelecido em Moçambique. A nossa argumentação nao produziu efeito. Pelo contrario,verificámos que, depois de formularmos a nossa exigência, Portugal se apressou a reforçar a sua posição militar em Moçambique e intensificou a repressão. Como-nao sè tratava para nós de uma questão acadermica mas de um problema de importância vital, do qual dependia todo-o?destino de um povo, resolvemos conquistar aquilo que Portugal se recusava a conceder-nos. Por isso lutamos hoje em Moçambique de armas na mão. 0 outro plano em que a nossa luta se processa e o plano internacional. Aqui nds procuramos obter apoio e auxílio de outros países para a nossa luta. Grande número de países - mesmo países tradicionalmente amigos de Portugal - compreenderam já a justeza da nossa causa o sao activamente favoráveis a nossa libertação. Outros permanecem numa posição ambígua - dizem estar em concordância conosco, idealmente, mas continuam a apoiar |
Archival file | Volume31/CENPA-091~03.tiff |