CENPA-081~04 |
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~3~ MilS JORNALISTAS EM MOÇAMBIQUE Um jornalista grego e Va'rios jornalistas alemães (da Alemanha Ocidental) estiveram recentemente de visita a Moçambique, a convite do Governo português. Não sabemos ainda o teor das declarações por eles feitas nos nos jornais que representam» Uma coisa, d certa, porém: a função de um Jornalista d procurar e descrever, objectivamente, a realidade» Quando um jornalista se contenta, com a aparência e deixa na sombra os fa.ctos concretos - quando ele diz, por exemplo, não haver racismo em Moçambique porque viu 12 familias africanas trabalhando na região do^ Alto Limpopo ai lado de europeus» ''ignorando* que a percentagem^-de 12 africanos para 1.C00 europeus, e que mesmo esses poucos africanos fora~m ali intencionalmente colocados para"convecer" os estrangeiros da apregoada politica multi-racial de Portugal; quando um jornalista diz que não ha' repressão em Moçambique porque não viu nenhum africano a ser torturado pela P»I»D»E», que não há mise'rla porque não encontrou, nos banquetes em que passou a maior parte do tempo da sua visita, nenhum Moçambicano a morrer de fome - quando ele diz isto, temos de concluir que traiu a sua missão» Mas aguardemos as suas declarações» * C 0 N £ JE R E N C. I A DE IMPRENSA Numa Conferencia de Imprensa que teve lugar em Dar Es Salaam em 12 do corrente mes, o presidente da FRELIMO» Dr»- Eduardo Mondla- ne condenou violentamente a pclitioa norte-americana de apoio .ao Governo colonialista de Salazar» Referindo-se a visita que o embaixador dos E»U» em Lisboa fez em Março ultimo a Angola e Moçambique, no final da qual ele se declarou "tremendamente impressionado" com o progresso e o bem estar das populações dos territórios ultramarinos portugueses e com a ausência de descriminação racial, o presidente da FRELIMO dissei "0 almirante Anderson não pode ter encotra.do igualdade racial porque há racismo ostensivo, patente, nas colónias portuguesas, especialmente em Moçambique» Todas 'as comissões de inque'rito criadas pelas Nações Unidas para estudar o problema sao unânimes quanto a este ponto"» " 0 embaixador a,merica.no não pode igualmente ter encontrado progresso, bem esta~r nas colonia.s portuguesas, porque a mise'- ria domina as populações da,queles territórios". " A importância, das declarações do a,lmirante Anderson reside também no facto de elas significar*a}ue os Movimentos de Libertação das colónias portuguesas nao têm razão de ser» f Nada justifica a acessão dos territórios ultramarinos á Independência, dado que as populações ali, vivem em condições de completo bem estar e progresso" - eis que o Sr» Anderson sugere, por outras palavras»" Depois de estabelecer a comparação entre a visita do almirante Anderson e a do genera.1 Grobbelaar, comanadante-chefe das forças armadas da Africa, do Sulcas bases militares de Moçambique» o Dr» Mondlane concluiut "Nos sa.bemos já que a visita do general Grobbelaar visa o estabelecimento de um plano coordenado de repressão do nosso Povo em que o exe'rcito sul-africano intervirá' ao lado do exercito português, quando o Povo Moçambicano pegar em armas para. luta.r pela sua libertação» Que significado deveremos atribuir á visita do embaixador d*s E»U. as mesmas bases militares de Mocajnbique?' >. . Com ba.se nos factos a.cima descritos, somos forçados a concluir
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Title | CENPA-081~04 |
Filename | CENPA-081~04.tiff |
Full text | ~3~ MilS JORNALISTAS EM MOÇAMBIQUE Um jornalista grego e Va'rios jornalistas alemães (da Alemanha Ocidental) estiveram recentemente de visita a Moçambique, a convite do Governo português. Não sabemos ainda o teor das declarações por eles feitas nos nos jornais que representam» Uma coisa, d certa, porém: a função de um Jornalista d procurar e descrever, objectivamente, a realidade» Quando um jornalista se contenta, com a aparência e deixa na sombra os fa.ctos concretos - quando ele diz, por exemplo, não haver racismo em Moçambique porque viu 12 familias africanas trabalhando na região do^ Alto Limpopo ai lado de europeus» ''ignorando* que a percentagem^-de 12 africanos para 1.C00 europeus, e que mesmo esses poucos africanos fora~m ali intencionalmente colocados para"convecer" os estrangeiros da apregoada politica multi-racial de Portugal; quando um jornalista diz que não ha' repressão em Moçambique porque não viu nenhum africano a ser torturado pela P»I»D»E», que não há mise'rla porque não encontrou, nos banquetes em que passou a maior parte do tempo da sua visita, nenhum Moçambicano a morrer de fome - quando ele diz isto, temos de concluir que traiu a sua missão» Mas aguardemos as suas declarações» * C 0 N £ JE R E N C. I A DE IMPRENSA Numa Conferencia de Imprensa que teve lugar em Dar Es Salaam em 12 do corrente mes, o presidente da FRELIMO» Dr»- Eduardo Mondla- ne condenou violentamente a pclitioa norte-americana de apoio .ao Governo colonialista de Salazar» Referindo-se a visita que o embaixador dos E»U» em Lisboa fez em Março ultimo a Angola e Moçambique, no final da qual ele se declarou "tremendamente impressionado" com o progresso e o bem estar das populações dos territórios ultramarinos portugueses e com a ausência de descriminação racial, o presidente da FRELIMO dissei "0 almirante Anderson não pode ter encotra.do igualdade racial porque há racismo ostensivo, patente, nas colónias portuguesas, especialmente em Moçambique» Todas 'as comissões de inque'rito criadas pelas Nações Unidas para estudar o problema sao unânimes quanto a este ponto"» " 0 embaixador a,merica.no não pode igualmente ter encontrado progresso, bem esta~r nas colonia.s portuguesas, porque a mise'- ria domina as populações da,queles territórios". " A importância, das declarações do a,lmirante Anderson reside também no facto de elas significar*a}ue os Movimentos de Libertação das colónias portuguesas nao têm razão de ser» f Nada justifica a acessão dos territórios ultramarinos á Independência, dado que as populações ali, vivem em condições de completo bem estar e progresso" - eis que o Sr» Anderson sugere, por outras palavras»" Depois de estabelecer a comparação entre a visita do almirante Anderson e a do genera.1 Grobbelaar, comanadante-chefe das forças armadas da Africa, do Sulcas bases militares de Moçambique» o Dr» Mondlane concluiut "Nos sa.bemos já que a visita do general Grobbelaar visa o estabelecimento de um plano coordenado de repressão do nosso Povo em que o exe'rcito sul-africano intervirá' ao lado do exercito português, quando o Povo Moçambicano pegar em armas para. luta.r pela sua libertação» Que significado deveremos atribuir á visita do embaixador d*s E»U. as mesmas bases militares de Mocajnbique?' >. . Com ba.se nos factos a.cima descritos, somos forçados a concluir |
Archival file | Volume31/CENPA-081~04.tiff |