CENPA-073~04 |
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J - 2 - _I_RJM_Â^O_S D_E M_0_ÇJlJV[_B_I_QJJ_E_ Todos sentimos hoje que d preciso varrer o colonialismo português da nossa terra. Há quinhentos anos ja que os portugueses vieram para Moçambique e se impuseram pela força, a ferro e fogo. Muitos filhos da nossa terra durante várias gerações, cairam mortos nas guerras de resistência contra as forças militares portuguesas. Hoje colonialistas portugueses ocuparam as nossas terras, exploraram as nossas riquezas e pagam salários baixíssimos aos Africanos. Todos os moçambicanos sabem o que d a vida dura do "XI- BALO" ou contratado, que continua a viver como escravo. E sabem bem também as dificuldades que têm em mandar os filhos á escola ou de serem tratados nos hospitais. Esta situação mantám-se ainda na nossa terra, pois, o Governo português, não compreendeu que o mundo está a mudar. Antes pelo contrário, ele faz tudo para humilhar o nosso sentimento nacional. Assim por exemplo, sem vergonha (nenhuma) digo, alguma, os portugueses mantém, em Lourenço-Marques, a estátua de Mouzinho de Albuquerque, um dos carrascos do nosso povo, diante dos olhos revoltados dos Moçambicanos. Mais ainda. Agora os portugueses exibem frequentemente as suas tropas em público nas ruas das cidades ou em exercícios militares nos campos. Em todos os cantos de Moçambique vê-se tanques de guerra, carros blindados, jeepes, aviões, e as tropas portuguesas treinam-se disparando tiros de canhão, e fazendo explodir granadas e outras armas explosivas. Estas demonstrações de força diante do nosso povo desarmado, mostram bem o propdsito dos portugueses de continuar a assassinar o nosso povo como os seus antepassados fizeram. Querem assim . mostrar tambe'm que estão prontos a aniquilar por todas as formas e por todos os meios, qualquer jesto ou manifestação de resistência contra a opressão colonial. Mas nás moçambicanos, patriotas e nacionalistas, não devemos deixar de resistir. Devemos fazer como os nossos avcfs e procurar lutar de todas as maneiras contra o colonialismo. Nds não nascemos para viver subjugados. Nás devemos lutar contra os colonialistas, contra aqueles que ocupam as nossas terras, que roubam as nossas riquezas e que nos obrigam a trabalhar como escravos. No's devemos combater para sermos livres na nossa terra. Devemos saber que a nossa luta d' dura, que ela exige sacrifícios e sofrimentos. Este d' o preço da liberdade, e não ha' outro caminho. A E para nds todos moçambicanos a liberdade e: INDEPENDÊNCIA NACIONAL. b A nossa luta e justa. No's queremos a Independência para trabalharmos e vivermos livremente, para não.irmos morrer nas minas de Transval ou no contrato, para que todos os moçambicanos possam ir á escola. * Não devemos nunca esquecer que os portugueses usarão todos os meios para combater os nacionalistas. Os portugueses usarão a força, meterão os nacionalistas nas prisões. Mas virão também com palavras mansas e promessas para convencer os nossos compatriotas que deverão trabalhar juntamente com as autoridades, que o Governo vai criar escolas, hospitais, que portugueses e moçambicanos são iguais, etc.... Foi para isso que os colonialistas portugueses criaram a Psico-social, que não e mais do que urna nova arma contra os nacionalistas. Com efeito, o fim verdadeiro da Psico-social e recolher informações para a P.I.D.E. e quebrar a vontade de luta do povo Moçambicano. Mas nos nao devemos deixarmo-nos enganar. Devemos estar vigilantes contra todas as manobras dos colonialistas portugueses. Aliás, no seu ultimo discurso, Salazar disse claramente que nâo reconhece o direito do povo moçambicano de ser independente. 0 que o Governo português quer e, portanto, continuar a dominar é a explorar Moçambique.
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Title | CENPA-073~04 |
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Full text | J - 2 - _I_RJM_Â^O_S D_E M_0_ÇJlJV[_B_I_QJJ_E_ Todos sentimos hoje que d preciso varrer o colonialismo português da nossa terra. Há quinhentos anos ja que os portugueses vieram para Moçambique e se impuseram pela força, a ferro e fogo. Muitos filhos da nossa terra durante várias gerações, cairam mortos nas guerras de resistência contra as forças militares portuguesas. Hoje colonialistas portugueses ocuparam as nossas terras, exploraram as nossas riquezas e pagam salários baixíssimos aos Africanos. Todos os moçambicanos sabem o que d a vida dura do "XI- BALO" ou contratado, que continua a viver como escravo. E sabem bem também as dificuldades que têm em mandar os filhos á escola ou de serem tratados nos hospitais. Esta situação mantám-se ainda na nossa terra, pois, o Governo português, não compreendeu que o mundo está a mudar. Antes pelo contrário, ele faz tudo para humilhar o nosso sentimento nacional. Assim por exemplo, sem vergonha (nenhuma) digo, alguma, os portugueses mantém, em Lourenço-Marques, a estátua de Mouzinho de Albuquerque, um dos carrascos do nosso povo, diante dos olhos revoltados dos Moçambicanos. Mais ainda. Agora os portugueses exibem frequentemente as suas tropas em público nas ruas das cidades ou em exercícios militares nos campos. Em todos os cantos de Moçambique vê-se tanques de guerra, carros blindados, jeepes, aviões, e as tropas portuguesas treinam-se disparando tiros de canhão, e fazendo explodir granadas e outras armas explosivas. Estas demonstrações de força diante do nosso povo desarmado, mostram bem o propdsito dos portugueses de continuar a assassinar o nosso povo como os seus antepassados fizeram. Querem assim . mostrar tambe'm que estão prontos a aniquilar por todas as formas e por todos os meios, qualquer jesto ou manifestação de resistência contra a opressão colonial. Mas nás moçambicanos, patriotas e nacionalistas, não devemos deixar de resistir. Devemos fazer como os nossos avcfs e procurar lutar de todas as maneiras contra o colonialismo. Nds não nascemos para viver subjugados. Nás devemos lutar contra os colonialistas, contra aqueles que ocupam as nossas terras, que roubam as nossas riquezas e que nos obrigam a trabalhar como escravos. No's devemos combater para sermos livres na nossa terra. Devemos saber que a nossa luta d' dura, que ela exige sacrifícios e sofrimentos. Este d' o preço da liberdade, e não ha' outro caminho. A E para nds todos moçambicanos a liberdade e: INDEPENDÊNCIA NACIONAL. b A nossa luta e justa. No's queremos a Independência para trabalharmos e vivermos livremente, para não.irmos morrer nas minas de Transval ou no contrato, para que todos os moçambicanos possam ir á escola. * Não devemos nunca esquecer que os portugueses usarão todos os meios para combater os nacionalistas. Os portugueses usarão a força, meterão os nacionalistas nas prisões. Mas virão também com palavras mansas e promessas para convencer os nossos compatriotas que deverão trabalhar juntamente com as autoridades, que o Governo vai criar escolas, hospitais, que portugueses e moçambicanos são iguais, etc.... Foi para isso que os colonialistas portugueses criaram a Psico-social, que não e mais do que urna nova arma contra os nacionalistas. Com efeito, o fim verdadeiro da Psico-social e recolher informações para a P.I.D.E. e quebrar a vontade de luta do povo Moçambicano. Mas nos nao devemos deixarmo-nos enganar. Devemos estar vigilantes contra todas as manobras dos colonialistas portugueses. Aliás, no seu ultimo discurso, Salazar disse claramente que nâo reconhece o direito do povo moçambicano de ser independente. 0 que o Governo português quer e, portanto, continuar a dominar é a explorar Moçambique. |
Archival file | Volume30/CENPA-073~04.tiff |