CENPA-293~03 |
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a qual as forças reaccionárias juraram fidelidade : A exploração dos Povos por governo* estranhos. As forças exploradoras, unida/s, souberam desde o principio que so dividindo os povos oprimidos, poderiam continuar a possuir uma mao de obra fácil e barata, podendo assim arrecadar maiores lucros. E ainda hoje se esforçam por manter essas posições previligiadas, através de discursos histéricos, onde apalavra "patriotismo* nao falta, enquanto por outro lado prendem e matam todos aqueles que tentem denunciar toda esta mentira. Assim o colonialismo lançou a sua "palavra de ordem" : boicotar a unidade africana. Mas a Unidade Africana ja é urna realidade histórica. Então lançou o seu manifesto, um manifesto denunciante da sua ganância : 0 subdesenvolvimento e a necessidade de aliados devem fazer compreender aos nacionalistas africanos que, so debaixo da sua protecção, embora com os seus próprios governos, poderão viver. Como antes, agora, mais uma vez as forças reaccionárias do colonialismo e imperialismo mentem. Mentem para poderem continuar a exploração, debaixo de uma outra bandeira : a amizade. Uma amizade unilateral cem a qual so os povos africanos ficam a perder. Mentem com vistas a utilizarem-se dos novos Estados Africanos para poderem continuar a vender armamento, em nome de um inimigo inexistente, conduzindo-nos a todos nos para uma guerra sem senso. Eles mentem ! Nao nos podemos esquecer camaradas nacionalistas que sao esses mesmos governos que nos falam de amizade e alianças, que estão a fornecer armas aos colonialistas portugueses para poderem manter a guerra mais criminosa do nosso século ! Um nacionalista africano nao tem o <ft- reita de ignorar toda esta conspiração. — 4- Nao nos percamos por estradas que nos possam afastar da realidade africana. A fase que se segue na nossa luta é a libertação do povo e, para isso, UNAMOS-NOS numa Frente Única, capaz de devolver às massas camponesas e operarias, os seus direitos legítimos. A PRIMEIRA FRENTE DE LIBERTAÇÃO DE MOÇAMBIQUE — FRELIMO Assim, conscientes desta missão atribuída a todos os nacionalistas africanos, um grupo de Moçambicanos constituiu na ilegalidade, em 2 de Outubro de 1960 na Rodésia do Norte, a UNIÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE — UDENAMO —, de cujo Comité Central faziam parte os nacionalistas Adelino Gwambe, Malhusa, Malhaide e outros. Em 8 de Abril de 1961 a UDENAMO transferiu a sua sede para Dar-es-salem e a 15 do mesmo mes principiou a exercer a sua actividade no plano da legalidade. Nesse mesmo ano Adelino Gwambe, na altura presidente do partido, vai a Rabat à Conferência dos Nacionalistas das Colónias Portuguesas — CONCP. E nesta altura que Marcelino dos Santos adere à UDENAMO. Na conferência de "Freedom Fighters" em Acra a UDENAMO principia a obter apoio de todos os estados africanos por ter sido considerada o porta voz do povo Moçambicano. No entanto em Dar-es-salem existia outro movimento Moçambicano — MANU —, a quem a UDENAMO propôs imediatamente uma fusão para a criação duma Frente Unida. No Comité Central da MANU destacavam-se Mateus Mole e Lourenço Milinga. A existência de dois movimentos Moçambicanos era incompreensivel. Tornava-se necessária a formação duma Frente de Libertação. Em Maio de 1962, a MANU aceita formar a Frente Unida. Em Junho do mesmo ano, na conferência de "Freedom Fighters", em Acra, confirmou-se a formação duma frente unida denominada FRENTE DE LIBERTAÇÃO DE MOÇAMBIQUE — FRELIMO. T Das inúmeras divergências surgidas sobre a constituição do Comité Central da FRELIMO, surgiu uma plataforma solucionadora : Eduardo Mondlane. Para tal efeito desloca-se dos Estados Unidos onde se encontrava, sendo escolhido como presidente da Frente. Para que tal pudesse acontecer tornou-se membro da UDENAMO três dias antes da formação da Frente. Em 25 de Junho de 1962 estava constituída a Frente com Rev. Uria Simango — Vice- Presidente, Mabunda — secretario geral, Gumane — secretario adjunto, Mateus Mole — Tesoureiro, Malinga — secretario da educação, Leo Milas — Secretario da informação. Antes desta unificação Gwambe suspende Marcelino dos Santos da UDENAMO, quando Marcelino tentava conduizir Gwambe para um melhor entendimento da situaçaQ Moçambicana e das responsabilidades que recaiam sobre os nacionalistas. Contudo, de 23 a 28 de Setembro, realiza- se o Io congresso dos nacionalistas moçambicanos, tendo sid0 aprovados os estatutos da FRELIMO. . Para a realização do congresso, consti- tuiu-se um comité preparatório que iria por em discussão os nomes dos candidatos ao futur0 Comité Central da Frente. A eleição de membros sem serem submetidos à discussão originou protestos por parte de alguns nacionalistas da UDENAMO, que consideraram o facto como uma arbitrariedade e, portanto, uma porta aberta para futuros desentendimentos. Destacaram-se seste protesto os nacionalistas Mabunda e Gumane. Apontados como refractários às decisões do Congresso, vêm a ser expulsos da Frente em janeiro de 1963. Infelizmente temos que concluir que a formação da Frente nao conseguiu permanecer solida desde o principio, deixando-se arrastar por razoes privadas, partidarismos divisionários de que ainda hoje se nao libertou. Grande vitoria das forças colonialistas e imperialistas, conseguindo desorganizar a primeira Frente de Libertação de Moçambique. Uma lição para os nacionalistas Moçambicanos. Aos nacionalistas expulsos —* arbitrariamente —, da FRELIMO, so restava uma solução : reorganizarem-se. So uma luta baseada num nacionalismo democrático é que constitui a verdadeira luta. Assim denominou-se este novo movimento UDENAMO — UNIÃO DEMOCRÁTICA NACIONAL DE MOÇAMBIQUE —, com Gumane na presidência do Comité, e, Mabunda vice-presidente, e outros. Assim, através do seu orgao de divulgação "COMBATE", vem o Comité Central da UDENAMO fazer uma chamada a todos os nacionalistas para e necessidade da formação de uma verdadeira Frente de LIBERTAÇÃO NACIONAL. SEPARATISMO ? NAO ! Os nacionalistas moçambicanos, membros do Comité Central da UDENAMO, protestam contra a classificação de "separatistas", que os agentes do imperialismo e certos oportunistas lhes atribuem, porque é seu propósito : 1) Na0 constitui a UDENAMO um movimento para competir e lutar contra outros movimentos nacionalistas ; 2) Dispoe-se a lutar em nome das massas camponesas e operarias e defendê-las de todos os oportunistas; 3) Propor a realização duma frente nacional de libertação que nao crie nenhum compromisso com quaisquer blocos militares. Como força assente nas massas camponesas e operarias, convoca todos os partidos políticos, em especial a FRELIMO, com o seguinte propósito : Pelo que respeita às actividades e directrizes deste movimento, até à formação de uma Frente Unida, A UDENAMO considera-se o porta-voz do povo moçambicano e afirma a sua decisão em lutar por : -v5-
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Title | CENPA-293~03 |
Filename | CENPA-293~03.tiff |
Full text |
a qual as forças reaccionárias juraram fidelidade :
A exploração dos Povos por governo*
estranhos.
As forças exploradoras, unida/s, souberam
desde o principio que so dividindo os povos
oprimidos, poderiam continuar a possuir uma
mao de obra fácil e barata, podendo assim
arrecadar maiores lucros.
E ainda hoje se esforçam por manter
essas posições previligiadas, através de discursos histéricos, onde apalavra "patriotismo*
nao falta, enquanto por outro lado prendem e
matam todos aqueles que tentem denunciar
toda esta mentira.
Assim o colonialismo lançou a sua "palavra de ordem" : boicotar a unidade africana.
Mas a Unidade Africana ja é urna realidade histórica.
Então lançou o seu manifesto, um manifesto denunciante da sua ganância : 0 subdesenvolvimento e a necessidade de aliados
devem fazer compreender aos nacionalistas
africanos que, so debaixo da sua protecção,
embora com os seus próprios governos, poderão viver.
Como antes, agora, mais uma vez as
forças reaccionárias do colonialismo e imperialismo mentem.
Mentem para poderem continuar a exploração, debaixo de uma outra bandeira : a amizade. Uma amizade unilateral cem a qual so
os povos africanos ficam a perder.
Mentem com vistas a utilizarem-se dos
novos Estados Africanos para poderem continuar a vender armamento, em nome de um
inimigo inexistente, conduzindo-nos a todos
nos para uma guerra sem senso.
Eles mentem ! Nao nos podemos esquecer
camaradas nacionalistas que sao esses mesmos
governos que nos falam de amizade e alianças,
que estão a fornecer armas aos colonialistas
portugueses para poderem manter a guerra
mais criminosa do nosso século !
Um nacionalista africano nao tem o |
Archival file | Volume27/CENPA-293~03.tiff |